BORDADO e COCO
O Bordado foi ensinado às mulheres e às crianças nas escolas pelas freiras das missões católicas portuguesas no período colonial, e igualmente por algumas famílias chinesas estabelecidas na região, actores chave na disseminação da delicada técnica do bordado de flores e outros padrões em diversas peças têxteis. É interessante observar que nesta área também se habilitaram os homens no embelezamento dos cofio, o tradicional chapéu muçulmano, profusamente bordado com padrões geométricos ou símbolos tradicionais. A técnica foi passa- da aos homens pelos tanzanianos e ainda hoje existem mestres especializados na sua confecção.
Apesar da técnica do bordado ser uma tradição recente na região, caracterizada por uma simplicidade no desenho e execução, vêem-se artesãos e artesãs, tenaciosos no aperfeiçoamento da sua arte, representando, nos panos crus ou coloridas capulanas e com linhas coloridas, as mais variadas figuras que os rodeiam: são peixes, polvos, embondeiros, barcos, flores e estrelas, elementos presentes no seu dia-a-dia e que apenas povoam a imaginação dos que estão longe.
Também os objeto feitos á partir da madeira do coco são práticas recentes dessa ilha, que tem com o crescimento do turismo a oportunidade de desenvolver objetos para serem vendidos aos turistas. O coco é trabalhado com ferramentas locais com o “cifre” da arraia que funciona como lixa ou outras ferramentas que artesãos de outros grupos Makondes e Macuas ajudaram a desenvolver durante as oficinas.
Ainda em estágio inicial, o trabalho com o bordado e com o coco busca reforçar a qualidade e diversidade dos objetos, criar links com comerciantes que possam providenciar os artesãos com uma variedade de matéria-prima de qualidade, e principalmente na criação e desenvolvimento de produtos úteis, característicos e elegantes, passíveis de serem absorvidos pela indústria hoteleira e apelativos a todos que visitam as ilhas e a cidade de Pemba.



