Bilibiza – Moçambique

CERÂMICA

O facto mais marcante da cerâmica Africana é a simplicidade da matéria prima usada e a utilidade das peças produzidas. O instrumento de produção principal e primário é a experiente mão humana. Usando terra e lenha, as ceramistas Africanas criam peças de beleza exímia e eterna, com recurso a instrumentos como pedras, madeira e outros objectos. Com as infinitas possibilidades que o barro oferece,cada cultura tem adaptado apenas algumas no seu trabalho, e a cerâmica adquire estilo próprio, desenvolve técnicas particulares e torna-se um objecto único de decoração.

IMG_0018_4   IMG_0016_3 As tradições são funcionais, mas frágeis na medida em que se observa uma substituição do artesanal pelo plástico e os ceramistas não encontram quem continue a arte. Para os ceramistas que praticam a sua arte e técnica estes recipientes são objectos coleccionáveis e representativos da cultura e tradições da sua comunidade.

A cerâmica nas comunidades rurais Macua e Kimwani de Cabo Delgado é arte viva e de utilização diária. Os potes para colecta de água ou para alimentos são de tamanhos e encaixes diferentes consoante o seu fim: os três potes para alimentos de encaixe prático e transporte fácil e o pote maior para colecta e conservação de água. Os métodos tradicionais de queima do barro nos fornos tradicionais são usados extensivamente e a matéria prima é colectado nos depósitos naturais encontrados à beira rio. O recipiente produzido tem registado uma evolução na forma e técnica de execução, resultado da mão habilidosa e experiente do ceramista.

O trabalho que vem sendo desenvolvido com esse grupo visa aproximar os grupos de jovens e experientes ceramistas na execução de pequenos objectos de cerâmica que podem ser facilmente transportados. Também a introdução da queima em fornos e a lavagem do barro para melhor durabilidade dos produto.

FIBRA

Em 2006 um grupo de mulheres na zona de zona de Bilibiza, no distrito de Quissanga, novos produtos foram criados a partir das esteiras produzidas localmente, uma nova maneira de olhar o que existe e dar-lhe novas formas e utilização.

Tendo em conta a riqueza das técnicas e abundância das fibras, o trabalho desenvolvido com estes artesãos veio diversificar e modernizar os produtos, reforçar a qualidade e ampliar as técnicas utilizadas no fabrico de bolsas aumentando as possibilidades de vendas, principalmente utilizando a capulana como forma de diferenciação. O resultado foi uma expansão na capacidade criativa dos grupos que entenderam e interiorizaram que, do conhecimento e pleno domínio de uso dos materiais e técnicas de execução e novas peças, resulta o crescimento dos seus grupos como um todo e fortalece-se a oportunidade de acesso a novos mercados pela apresentação dos seus produtos competitivos.

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